Produção Capitalista da Cidade: PALESTRA COM ORLANDO JUNIOR

A produção capitalista da cidade: poderes, conflitos e direito à cidade

Poderes, Conflitos e Direito à Cidade

Amanhã (23/05) às 18:30 o LEHAB realizará palestra de lançamento do Curso de formação para movimentos, comunidades e articulações “A produção capitalista da cidade: poderes, conflitos e resistências”, com a presença do Professor Orlando Junior (IPPUR-UFRJ), integrante da rede de pesquisa nacional Observatório das Metrópoles.

Orlando Alves dos Santos Junior é professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional – IPPUR da Universidade Federa do Rio de Janeiro – UFRJ e pesquisador da Rede Observatório das Metrópoles. Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (1988), mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994) e doutorado em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000). Coordenador do curso de formação do Observatório das Metrópoles “Políticas Públicas e Direito à Cidade” ocorrido em maio do ano passado no Rio de Janeiro.

O curso será interdisciplinar e terá como objetivo discutir a produção do espaço urbano de Fortaleza, ao mesmo tempo que publiciza quem são e como atuam os principais agentes da cidade. Os/as participantes serão necessariamente pessoas inseridas em algum coletivo, associação e/ou movimento, de caráter comunitário/popular. Terá duração de aproximadamente um mês e meio, com aproximadamente 12 encontros, com a previsão de algumas aulas públicas.

Maiores informações: lehab.ufc@gmail.com

 

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Conheça o livro “Cidade Estado Capital”

Nos últimos anos, diversas cidades brasileiras vêm passando por processos de reestruturação, envolvendo a implantação de projetos de renovação urbana implementados através de parcerias público-privadas, que implicam também na instauração de novas formas de governança e regulação do território. Estamos diante da transposição de princípios e técnicas da gestão empresarial para um modelo de política urbana que ganha força a partir da introdução e modificação de normativas e instrumentos que possibilitam, de um lado, grande autonomia de atores privados nas definições e execução desses projetos e, do outro, grande penetração do capital financeiro além da redução das esferas democráticas de participação popular e aprofundamento das desigualdades socioterritoriais (texto da apresentação do livro Cidade Estado Capital)

Conheça o livro “Cidade Estado Capital” resultado da pesquisa “Financiamento do desenvolvimento urbano, planejamento, inclusão socioterritorial e justiça social nas cidades brasileiras”, desenvolvida entre 2016 e 2017, que teve como objeto analisar e monitorar PPPs (lato sensu, especialmente as OUC) voltadas ao desenvolvimento urbano nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Fortaleza. Pesquisa realizada em rede entre LabCidade (FAUUSP); Praxis (UFMG); Indiciplinar (UFMG); e Lehab (UFC).

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Moradores amanhecem com ação de despejo e violência policial

Fortaleza soma mais dois despejos à terrível realidade verificada no Observatório de Remoções. As ações ocorridas não são casos isolados, mas reflexos da forma como o poder público vem encarando a política habitacional e de uma série de eventos que tiveram seus contornos mais dramáticos hoje.

A primeira ação de remoção ocorreu no bairro Carlito Pamplona, onde famílias do conjunto habitacional Dom Hélder Câmara, viram seus direitos negados e, na tentativa de resistir, foram duramente reprimidas pela Equipe do Batalhão de Choque (PM). Continue lendo “Moradores amanhecem com ação de despejo e violência policial”

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LEHAB abre seleção de dois (02) bolsistas de extensão.

LEHAB comunica que está aberta a seleção de dois bolsistas para trabalhar nos projetos de extensão “Direito à Cidade e à Moradia: monitoramento e formação” e “Observatório de Remoções de Fortaleza”. As bolsas são voltadas para os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Cinema e Geografia. As inscrições vão até o dia 31 de março e as entrevistas ocorrerão no dia 02 de abril.

Os selecionados devem entregar os documentos solicitados na Pro-Reitoria de Extensão no dia 05 de abril (quinta-feira).

CONFIRA O EDITAL CLICANDO AQUI!

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Apresentação sobre os novos projetos para o bairro Serviluz.

Nos dias 07 e 21 de fevereiro, o LEHAB apresentou para moradores do Serviluz alguns dos projetos e das futuras perspectivas do que a Prefeitura vem pensando e executando para a área.

A ideia de um encontro para discutir alguns dos projetos que ameaçam a comunidade veio dos moradores, causada pela falta de transparência da Prefeitura, o que gera dificuldades para se obter informações sobre os projetos que ameaçam a comunidade.

Confira a apresentação clicando no link abaixo.

ApServiluz_Lehab_2018.02.07

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GRAVÍSSIMO: Prefeitura envia Projeto de Lei para a Câmara em desconformidade com o Plano Diretor

Prefeitura municipal de Fortaleza está criando tradição na elaboração de leis que contrariam o Plano Diretor. Agora foi a vez do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano.

No fim de novembro de 2017, chegou à Câmara Municipal o Projeto de Lei (PL) do CMDU (Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano) com uma multiplicidade de propostas absurdas, que desconsideram a legislação vigente e o acúmulo de conhecimento adquirido no longo processo de montagem do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano.

Este conselho tem enorme importância para a cidade e pode afetar diretamente nas nossas vidas. Questões relacionadas a legislação urbana e ambiental assim como aprovação de projetos que podem causar impactos sociais, ambientais e territoriais devem passar pela aprovação deste.

O Projeto de Lei foi enviado a câmara sem que houvesse participação da construção do mesmo, no entanto a Lei 062 de 2009 (Plano Diretor Participativo – PDP) estabelece em seu artigo 290ª, parágrafo único, que a elaboração da lei que regulamenta o CMDU deve contar com participação popular. Assim o Projeto que está na câmara não deveria seguir para votação pelo fato de ir em contra a matéria de lei superior. Além deste fato gravíssimo o conteúdo do projeto possui inúmeros problemas como a indicação de entidades do poder público nas vagas de conselheiros da sociedade civil.

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Prevenção e enfrentamento da violência urbana: é preciso pensar saídas estruturais

O Comitê Cearense pela Prevenção dos Homicídios na Adolescência tem buscado reverberar as 12 recomendações resultantes de sua importante pesquisa quanto à violência urbana no Ceará. Aqui registramos a terceira, que mais diz respeito às políticas urbanas.

RECOMENDAÇÃO #3

A recomendação número 3 do nosso comitê prevê qualificação urbana dos territórios vulneráveis aos homicídios. Em Fortaleza, 44% das mortes de adolescentes ocorreram em apenas 17 dos 119 bairros da cidade. Esses bairros apresentam infraestrutura e serviços precários, evidenciando as desigualdades e exclusão urbana às quais parte da população está submetida.

Como implementar a recomendação?

Identificar assentamentos precários, realizar planos diretores e desenvolver política de intervenção específica para essas áreas, regulamentar as Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), promover urbanização integrada nos assentamentos precários e priorizar na distribuição do orçamento público as áreas mais vulneráveis.

Quem pode fazer? Prefeituras municipais.

Apoiar técnica e financeiramente os municípios e monitorar os investimentos em assentamentos precários.

Quem pode fazer? Governo do Estado.

#cadavidaimporta #12recomendações #prevençãodehomicídios
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Bolsa de monitoria da disciplina de PU3

Lembramos que amanhã é o último dia de para inscrição no processo de seleção para bolsa de monitoria da disciplina de Projeto Urbanístico 3, ministrada pelo do professor Renato Pequeno.

A bolsa destina-se a estudantes regularmente matriculados no Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC. Terá duração de 10 meses, no valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais) mensais, com carga horária de 12 horas semanais a contar a partir de março de 2018 de acordo com a oferta de bolsas PID da PROGRAD.

CONFIRA O EDITAL DA INTEGRAEdital_PID_2018_PU3

EM CASO DE DÚVIDA… ENTRAR EM CONTATO: lehab.ufc@gmail.com

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EDITAL Seleção Monitoria PU3 Prof. Renato Pequeno

Estão abertas as inscrições para a seleção de monitoria da disciplina de Projeto Urbanístico 3, ministrada pelo do professor Renato Pequeno. Inscrições até 16 de fevereiro. Confira!

 

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO – UFC

SELEÇÃO DE MONITORIA: PROJETO URBANÍSTICO 3 – TG0137

PROFESSOR: RENATO PEQUENO

1 VAGA REMUNERADA – BOLSA PID

ATIVIDADES:

 ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DA DISCIPLINA

CONSTRUÇÃO DE BANCO DE DADOS DE PROJETOS URBANÍSTICOS COM ÊNFASE NA PRODUÇÃO HABITACIONAL PARA ÁREAS CENTRAIS

SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS COLETADOS PARA DIAGNÓSTICO PROPOSITIVO

 PRÉ-REQUISITOS:

ESTAR REGULARMENTE MATRICULADO EM PELOS MENOS 12 HORAS/SEMANA

TER CURSADO PU3

NÃO ACUMULAR OUTRA BOLSA

DISPONIBILIDADE DE 12 HORAS SEMANAIS

 SELEÇÃO: DATAS E PROCEDIMENTOS

ENVIO DE HISTÓRICO, CV E CARTA DE MOTIVAÇÃO: DE 08/02/18 ATÉ 16/02/18 PARA lehab.ufc@gmail.com com cópia para renatopequeno@gmail.com. Escrever no Assunto do email:  EDITAL BOLSISTA PID

PROVA ESPECÍFICA DISSERTATIVA SOBRE OS CONTEÚDOS APRESENTADOS E DISCUTIDOS NA DISCIPLINA PU3 – NO DIA 19/02/18 às 10:30 – SALA 3 – DAU (ELIMINATÓRIA)

ENTREVISTA: DIA 20/02/2018 NO LEHAB, HORÁRIO A CONFIRMAR (CLASSIFICATÓRIA)

CADASTRO DE BOLSISTA NO DIA 21/02/2018 E ENTREGA DOS FORMULÁRIOS NA PROGRAD ATÉ O DIA 23/02/2018

EM CASO DE DÚVIDA… ENTRAR EM CONTATO: lehab.ufc@gmail.com COM CÓPIA renatopequeno@gmail.com

CONFIRA O EDITAL DA INTEGRAEdital_PID_2018_PU3

 

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Direito à cidade é também direito à informação.

Direito à cidade é também direito à informação! Com essa prerrogativa e a convite da Associação de Moradores do Titanzinho, o Lehab participará, na noite de hoje, de roda de conversa explicando os projetos que estão sendo desenvolvidos para a área pelo poder público e setor privado.

A demanda desse momento surgiu depois de oficina do Projeto Orla realizada pela SEUMA (Secretaria e Urbanismos e Meio Ambiente de Fortaleza), juntamente com outros órgãos municipais e Estaduais.  A oficina gerou muita indignação e dúvida para os moradores. Estes saíram sem entender direito o que era o Projeto Orla e sem respostas do porquê as ações previstas no Projeto original, de 2006, não foram realizadas.

Outras demandas e dúvidas dos moradores que não foram esclarecidas na oficina são referentes aos projetos que já estão sendo negociados e desenhados para o local, que incluem possíveis remoções.  Vale destacar que a comunidade do Serviluz é uma ZEIS e qualquer intervenção na área só pode ser realizada com o consentimento dos moradores e aprovação do conselho gestor.

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Após mais de um ano da tentativa de remoção, a Vila Vicentina resiste na batalha para regulamentação das ZEIS

A Vila Vicentina da Estância resiste no bairro Dionísio Torres. O lugar abriga 45 famílias, sobretudo idosos e viúvas, entre a rua Nunes Valente e a avenida Antônio Sales. Mais de um ano se passou desde a tentativa de reintegração de posse, com a demolição de três casas e a intervenção em outras cinco, motivada pela suposta venda do terreno entre a Sociedade São Vicente de Paula e a construtora BSPAR. A comunidade, hoje, dispõe de duas frentes de luta para se manter no local. A primeira é a regulamentação da Vila Vicentina enquanto ZEIS do tipo 1, a outra é o processo de tombamento da vila.

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Um contraponto ao discurso oficial de privatização de Fortaleza

Neste artigo, o economista André Lima questiona a farsa das parcerias público-privadas como saída para o desenvolvimento urbano

Fortaleza: cidade à venda

A Prefeitura Municipal de Fortaleza acaba de divulgar um conjunto de 15 áreas da cidade que podem vir a ser objeto de Operações Urbanas Consorciadas (OUC´s). Dessas, 6 estariam prontas pra implantação no curto prazo. A medida foi anunciada pela secretária da SEUMA, Águeda Muniz, como “um novo olhar sobre a cidade”. Será mesmo?

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Como os jornais noticiam os casos de remoções

A mídia, como o conjunto de meios de comunicação, tem a habilidade de produzir um discurso e fazer que esse alcance um grande número de pessoas. Seguindo os tão conhecidos “critérios de noticialibidade”, os jornais – sejam eles impressos, televisivos ou radiofônicos – decidem que acontecimentos deverão chegar para a população e, mais importante, de que forma deverão ser noticiados. Isso não é surpresa, cada meio tem linha editorial e manual de redação bem definidos.

Divulgar e cobrar ações do poder público é uma das funções incorporadas pelos meios de comunicação. O próprio poder público já espera por isso, é como se uma nova política pública só fosse validada ao ser noticiada pela imprensa. Fazem questão disso, chamam repórteres para os eventos, as assessorias criam contatos nas redações. O trabalho é uma via de mão dupla, espera-se do repórter obter a fala de uma autoridade sobre o novo hospital construído ou a nova escola a ser inaugurada.

A ideia da imprensa como um “quarto poder”, imparcial e com a habilidade de clamar justiça ainda persiste. No entanto, não há a consciência de que os meios de comunicação são empresas e, como empresas, tem interesses econômicos e políticos próprios. É desconhecido quem são os donos da mídia. Eles formam oligopólios que incorporam diversos meios de comunicação em um sistema. Tal coisa é proibida pela Constituição Federal, esses sistemas controlam a maior parte dos canais televisivos, ou jornais que serão vendidos e ditam o discurso a ser incorporado pela sociedade. Não é de interesse deles se impor contra empresários aliados e anunciantes dos jornais.

Assim, o uso crítico da mídia por esses jornais de maior circulação deixa a desejar. Essa não é uma função incorporada por eles. O acúmulo de funções, a precarização e a falta de estímulo na profissão de jornalista se soma como mais uma causa de matérias rasas e com poucas apurações. Esquece-se de, por exemplo, questionar determinada decisão de um prefeito, de entender outros fenômenos que aconteceram para aquela medida ser necessária, de contextualizar o leitor o porquê a política pública aconteceu e de que forma aconteceu.

Fortaleza é uma cidade desigual, à medida que há pessoas com mais de uma casa, existem famílias inteiras sem nenhuma, o déficit habitacional chega a 120 mil. O acesso ao território é limitado, 40% da população ocupa 10% da cidade e vive em assentamentos precários, ou seja, barracos com um cômodo, sem energia elétrica, sem saneamento e sem vias adequadas. É comum que, nas áreas de favela, os moradores não tenham a propriedade do terreno, tornando-se suscetíveis a remoções. É preciso que se esclareça que a segurança da posse não pode estar vinculada somente ao reconhecimento jurídico da mesma, pois a maioria das comunidades atendem aos requisitos legais para sua regularização, como o tempo de permanência ser maior que cinco anos, utilizar o local para moradia, que este local seja menor que 250m² e que os moradores não tenham outro imóvel no seu nome. Enquanto isso, o atual prefeito Roberto Cláudio recebeu, em 2013, um prêmio “Fiec – Desenvolvimento Setorial” do Sindicato da Construção Civil.

Dessa forma, o Observatório das Remoções, parte do Laboratório de Estudos da Habitação (Lehab) da UFC, coletou e analisou 75 reportagens sobre remoções ocorridas na capital disponibilizadas online, sendo a maioria dos jornais O Povo e Diário do Nordeste, entre 2009 e maio de 2017. Através da pesquisa, chegou-se à conclusão que a temática das remoções não é abordada de forma proporcional a grande quantidade de ações de despejos que acontecem. Alguns exemplos, de fato, ganharam maior repercussão e investiu-se em noticiar os desdobramentos, como o caso da Vila Vicentina, na qual foram publicadas 13 reportagens, e da comunidade Boca da Barra, com 22 reportagens. É curioso notar como esses dois exemplos ficaram conhecidos pela população em geral.

Por mais que não utilize a expressão “invasão” para denominar a ocupação e construção de barracos em terrenos privados, parece que não há problemas remover uma comunidade. A culpa é inteiramente dos moradores, afinal, por que levantaram barracos em um terreno ao invés de comprar a casa própria? Apaga-se quantidade de famílias, as condições delas, onde se encontravam e para onde foram, quanto de indenização receberam. Além do lado social, apaga-se os verdadeiros agentes que se beneficiam com as remoções, os donos de terrenos, as construtoras e as empreiteiras. Não se investiga de quem é a posse do terreno, não há nem mesmo um processo judicial. Nos espaços privilegiados com infraestrutura, a especulação mobiliária atua de modo aterrorizante para as comunidades.

Remoções que não respeitam o direito a integridade humana e que não garantem indenizações adequadas são comuns em Fortaleza. Apenas neste ano, cerca de 1.885 famílias foram ameaçadas ou removidas de fato. Entre esses casos, em 55% houve denúncia de ações violentas, e 68% foi feita sem ordem judicial ou administrativa. A cidade é cada vez mais governada de acordo com as demandas do mercado imobiliário e do capital. Ao passo que os jornais ignoram existência das pessoas removidas, sem dar espaço de fala, sem trazer desdobramentos da remoção, como, no mínimo, as condições de vida após remoção. É o acontecimento daquele dia e hora que importa, presa-se pela factualidade.


*Matéria produzida por Aline Medeiros, estudante do Curso de Comunicação Social da UFC e bolsista do Lehab.

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A comunidade do Pau Fininho sofre com o problema da habitação e da especulação imobiliária na cidade

Observatório de Remoções – Fortaleza

Situação fundiária irregular, falta de saneamento básico, carência de rede de água e de energia são questões que conceituam o termo “favela”. O surgimento de novas favelas e o aumento das já existentes são problemas que atingem estruturalmente as cidades brasileiras. Segundo o Plano Local de Habitação de Interesse Social de Fortaleza (PLHISfor, 2012), existem 843 assentamentos precários na cidade. Uma dessas é a comunidade do Pau Fininho. Localizada próxima à Lagoa do Papicu, já passou por tentativas de remoção ao longo dos anos e tem sido mais duramente ameaçada com a mudança do seu entorno a partir da construção do Shopping Riomar, através de Operação Urbana Consorciada, bem como de diversos condomínios e prédios residenciais de alto padrão ao redor. Continue lendo “A comunidade do Pau Fininho sofre com o problema da habitação e da especulação imobiliária na cidade”

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MAIS DE 1.440 FAMÍLIAS REMOVIDAS EM FORTALEZA SÓ ESTE ANO.

Em Audiência Pública moradores e academia chamam a atenção para os inúmeros casos de remoções feitas em desacordo com a legislação e para a falta de política pública que garanta o direito à moradia digna.

Observatório de Remoções – Fortaleza

Na última sexta (01/12/2017), a audiência pública, promovida pelas Comissões de Direitos Humanos da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa, presidida pela vereadora Larissa Gaspar, debateu sobre as remoções, as violações dos procedimentos legais e as políticas de habitação para a população de baixa renda, em Fortaleza. Na ocasião, muitos moradores de comunidades removidas ou ameaçadas de remoção denunciaram atos da Prefeitura. A audiência também serviu para o lançamento do Observatório das Remoções, um projeto de extensão criado pelo Laboratório de Estudos da Habitação (Lehab), da Universidade Federal do Ceará, em parceria com o Escritório Frei Tito de Alencar, o NUHAN da Defensoria Pública Geral do Estado, e o Observatório de Remoções de São Paulo do LabCidade – USP.

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A OUC do Riacho Maceió resultou na remoção de famílias na Senador Machado

Observatório de Remoções – Fortaleza

A Operação Urbana Consorciada (OUC)  do Riacho Maceió foi idealizada na década de 1990. A Lei nº 8.503, de 2002, determina a OUC entre a Prefeitura e a Norpar, hoje Terra Brasilis, dona do terreno. Essa resultou na criação do Parque Otacílio Teixeira Lima Neto, finalizado em 2014. Como parte da Operação, cerca de 87 famílias, moradoras da rua Senador Machado, receberam indenizações para sair das casas. A previsão é que o terreno abrigue um edifício de 52 andares, caso o pedido de outorga onerosa seja aprovado.

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DEBATE SOBRE REMOÇÕES

Observatório de Remoções – Fortaleza

LEHAB participa hoje de manhã de debate no rádio sobre remoções, com a presença também da Habitafor e Defensoria Pública. A frequência da rádio universitária é 107.9 FM. O Rádio Debate é transmitido de 11:30 às 12:30, ao vivo. Os ouvintes podem enviar perguntas e/ou comentários via twitter @radiodebate ou através do telefone (85) 3366.7474. É possível ouvir também através do site http://radiouniversitariafm.com.br/online/

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Grande número de remoções realizadas pelo município agrava o problema da habitação

Observatório de Remoções – Fortaleza

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), remoção forçada é a retirada de famílias ou comunidades, contra sua vontade, de casas ou terras que ocupam, sem garantir os direitos dos envolvidos e soluções apropriadas. Em Fortaleza, a remoção é uma prática bastante utilizada pelo poder público, sobretudo para retirar famílias de terrenos públicos que já tenham destinação, ou de vias públicas. Nos levantamentos feitos pelo Laboratório de Estudos da Habitação da UFC, Lehab, a partir de denúncias que chegam no Escritório Frei Tito Alencar de Direitos Humanos (EFTA) e o Núcleo de Habitação e Moradia (NUHAM) da Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará, mais de 23.000 famílias foram alvo de ameaças ou remoções, nos últimos 9 anos em Fortaleza. Muitos desses despejos acontecem na ilegalidade, por não haver um processo judicial ou administrativo, além de constantemente haver denúncias de violência policial, e outras violações aos direitos humanos, no momento da remoção.

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